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O Brasil como invenção de Bolsonaro.

Tem se observado, nos últimos tempos, e de certo modo com demasiado horror, os desdobramentos da visita do Presidente Jair Bolsonaro à Itália. Desde os protestos contra o mandatário do Brasil registrados em solo italiano - e que têm sido violentamente reprimidos pela polizia, até o isolamento de Bolsonaro e do Brasil num evento que exige completo comprometimento brasileiro. O que, em tese, seria para a aguardada reunião da COP26, que é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, tornou-se uma mera visitação a pontos turísticos e caminhadas sem compromisso pelas ruas de Roma. 
Contudo, além dos horrores acima comentados, é necessário, ainda, frisar que as coisas não pararam por aí. 


Recentemente gravado em uma conversa com o presidente turco Erdogan, ao ser questionado sobre a situação do Brasil, Bolsonaro foi enfático ao afirmar que estava tudo bem no país e que contava, ainda, com grande apoio popular. O que é claramente mentira e que pode ser facilmente averiguado nos muitos veículos de notícias nacionais e internacionais.

Para essa discussão, em particular, nos permitimos utilizar brevemente das análises de Edward Said em sua obra "Orientalismo, o Oriente como invenção do Ocidente" para verificar como Bolsonaro vem tentando construir desde o início da pandemia e de sua ineficácia em combater os efeitos da Covid-19 no país, uma imagem até mesmo fictícia para mostrar que o Brasil, sob sua chefia, está se tornando forte em termos de política e economia e de como tudo está em ordem.

Said, , é enfático ao demonstrar como o Ocidente, de maneira colonial, sempre tentou interferir e definir o que é Oriente, sem se importar com a visão de quem lá habitava. Mas numa tentativa de entender, estudar e explicar orientalismo não apenas ala ocidente, mas também de obrigar o próprio Oriente a aceitar essa visão eurocentrista sobre si.

Bolsonaro, no entanto, age do mesmo modo quando tenta continuamente vender ao mundo um país que não existe. Pois as coisas não estão bem no pais. E essa dinâmica é nem de longe recente. Pois, não apenas o presidente mas seus filhos e equipe de ministros tentam continuamente fazer o mesmo. 

Para um país que, desde 2018, tem piorado nas campanhas de proteção ao Meio Ambiente - que é uma das pautas da COP26 - e que não apenas retornou ao mapa da fome, mas também piorou nos índices de educação e poder econômico - uma vez que o próprio ministro da economia explicou que já não era mais o momento de empregadas irem à Disney - e a lista de problemas não tem indicativos de que irá parar.

O presidente Jair Bolsonaro não só se excluiu do compromisso de representar o país, que já foi muito respeitado nas Relações Internacionais, como também tem utilizado de verbas públicas para passear sem qualquer comprometimento por Roma, além de estar continuamente tentado criar um Brasil como sua própria ideia e invenção para se eximir da culpa de assumir que é o responsável número um pela calamidade instalada. Para ele é mais fácil mentir a ter que ser, de fato, um presidente.

A pergunta que fica é: até quando essa situação desastrosa será aceita?

Um comentário:

  1. Bolsonaro brinca com o país como se fosse um parquinho. Quando alguém lhe diz não, ele simplesmente levanta e vai embora como se não tivesse que dar satisfação a ninguém. Na cabeça dele, ele governa bem, mas por ele estar tão acostumado a distorcer as coisas acabou por vestir as lentes forjadas por ele mesmo. Agora não há quem tire elas dele.

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