Lute contra sua 'Gilead'!
Hoje estou aqui para falar de algo importante. Quem aí conhece a série “The Handmaid’s Tale”? Ou, para quem conhece o título em português: O Conto de Aia. Imagino que muitos devem, ao menos, ter ouvido falar desta obra, seja através do programa de televisão, ou mesmo pelas obras literárias de Margaret Atwood.
Pois, para o tema de hoje, especificamente, acredito que seja importante falar acerca de duas coisas que ocorreram, e ainda ocorrem (na série, claro) em Gilead, uma república de cunho teocrático que substituiu os Estados Unidos.
Embora seja ficção científica, há dois elementos que podemos tirar para atentar à própria vida real. Os abusos contra as mulheres (algo frequente em Gilead) e os assassinatos em massa de gays, lésbicas, transsexuais e etc. Que, na série, levam o nome de traidores de gênero.
As mulheres, nessa distópica realidade, sofrem dos mais demasiados abusos. Seja na perda de direitos (conquistados com muita luta há tempos) e nas posições das quais foram obrigadas a enfrentar. Aquelas que são férteis, transformam-se em Aias, cujo único propósito é engravidar através de estupros (sim, infelizmente) realizados por comandantes,os homens no poder. As que não são férteis tornam-se Marthas, designadas aos serviços domésticos como limpeza, comida e etc. E para as demais, aquelas com deficiências, ou que não podem encaixar-se nesta sociedade, seus destinos são as Colônias ou a morte.
Aos ditos “traidores de gênero”, o único destino nessa república é a morte. Afinal, Gilead baseia-se, em parte, no livro do Antigo Testamento da Bíblia (que condena homossexuais) para aplicação de suas leis. Ou, em segunda instância, no caso das lésbicas, o destino é “converter-se” de forma cruel e abusiva.
Agora você deve estar se perguntando: mas por quê lutar contra algo que é ficção?
E eu respondo o seguinte. A arte imita a vida. Sim, esta obra é uma magnífica ficção científica. Contudo, muitos dos elementos nela contidos ocorrem na vida real sem que nos demos conta.
Frequentemente mulheres são estupradas. E ressalto aqui que há aqueles que a culpam pelo estupro (discurso absurdo da “roupa que está usando”). Notem, a cada 11 minutos uma mulher sofre estupro no Brasil. A violência de gênero é real e ocorre de variadas formas, tudo por um patriarcado exacerbado.
Do outro lado está a comunidade LGBT+, que também sofre com mortes, violência e homofobia. A cada 16h uma morte por homofobia é registrada. Então, sim a série é ficção, mas não deixa de nos mostrar a mensagem clara: devemos lutar contra essa realidade, lutar contra o feminicídio, contra a homofobia, o racismo e etc.
Lembrem-se, nós somos uma família. E quando estivermos unidos, jamais poderão passar por cima de nós com discursos de ódio e com violência física.
Você importa, e sempre importará!
Raynan
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